quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Londres: O “colapso moral” de David Cameron


16 de agosto de 2011 às 16:12

Vladimir Safatle: O “colapso moral” de David Cameron

por Vladimir Safatle, na Folha de S. Paulo
Aqueles que se vêem como excluídos da sociedade não têm razão alguma para obedecer às suas normas.
Eis uma colocação trivial que qualquer habitante de metrópoles brasileiras aceitaria. Conhecemos bem tal situação social onde a exclusão e a falta de perspectiva gera a descrença (no melhor cenário) ou a violência (no pior) contra o império das normas sociais.
Muitos gostariam de chamar isso de “sociologismo vulgar”, como se fosse questão de afirmar que onde há pauperização sempre haverá crime.
Talvez seja o caso de simplesmente dizer que a pauperização e o sentimento de ter sido deixado de lado pelo Estado gera, de maneira forte, a desagregação do laço social.
Quando não há nada que sirva de contrapeso a tal processo, é fácil começar a ver carros queimados, lojas quebradas e outros atos de vandalismo.
Nesse sentido, há algo de profundamente cômico em ouvir o premiê britânico, David Cameron, afirmar que a Inglaterra está vivendo um “colapso moral” e que devemos colocar os confrontos em Londres e em outras cidades na conta da ausência de valores como “espírito de equipe, decência, dever e disciplina”.
Sim, as escolas e as famílias não ensinam mais esses grandes valores, mas, segundo o primeiro-ministro, em seu papel de último esteio moral da ilha, “desencorajam o trabalho” e fornecem “direitos sem responsabilidade”. Por muito pouco, não fomos brindados com a idéia inovadora de que as altas taxas de desemprego eram fruto da “preguiça”.
Alguém deveria ter dito a Cameron que ele não é exatamente um bom enunciador contra o colapso moral britânico, ainda mais depois de um de seus principais assessores ser pego envolvido no escândalo que expôs as relações incestuosas entre a política britânica e o magnata da mídia Rupert Murdoch.
Da mesma forma, quando seu governo destrói todo o resto de sistema público de educação e de assistência social após ter pago (com o beneplácito de seu partido) a conta de bancos responsáveis pela crise de 2008, há de se perguntar se o colapso moral vem da City ou de Tottenham.
Pelo menos Cameron mostrou o que o pensamento conservador pode nos oferecer hoje: ladainhas morais em vez de ações enérgicas contra os verdadeiros arruaceiros, ou seja, esses que operam no sistema financeiro internacional.
Enquanto isso não ocorrer, jovens roubando lojas de iPads e tênis continuarão dizendo: não aceitaremos estar fora do unive rso de consumo e sucesso individual que vocês mesmos inventaram. Nós entraremos nele, nem que seja saqueando.
Por isso, antes de cobrar responsabilidades de setores desfavorecidos da população, Cameron deve parar de tentar escapar de suas próprias.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A revolta em Londres


REINO UNIDO

A revolta das classes desfavorecidas

9 agosto 2011 THE DAILY TELEGRAPH LONDRES
Um autocarro arde enquanto a polícia tenta conter a multidão furiosa em Tottenham, a norte de Londres, no dia 6 de agosto
Um autocarro arde enquanto a polícia tenta conter a multidão furiosa em Tottenham, a norte de Londres, no dia 6 de agosto
AFP
Os desordeiros de Londres são produto de uma nação em desmoronamento e de uma classe política indiferente que lhes virou as costas, afirma um colunista no diário The Daily Telegraph.
Ninguém pareceu surpreso. Nem os jovens encapuzados que fugiam para casa ao amanhecer. Nem Ken ou Tony, que viviam em Tottenham e regressaram, para fazer uma vigília no meio de uma zona urbana em guerra, atulhada de projéteis e carros incendiados. Tony declarou que já previa esta situação. “Mais cedo ou mais tarde, isto iria acontecer”, disse ele.
A polícia disparou sobre um homem negro em circunstâncias suspeitas. Alguns jovens revoltados, sem trabalho, perderam a cabeça. Para Tony, este motim só precisava de um motivo. Nos vestígios da violência que se propagou por Londres, as revoltas pareciam tanto inevitáveis como impensáveis. Alguns dias depois, quando os ataques se propagaram, a capital desta nação desenvolvida regressou à distopia do caos e brutalidade de Hobbes.
Esta é a mais misteriosa das revoltas e, também, a mais moderna. Os seus participantes, organizados através do Twitter, são protagonistas de um contraponto sinistro da primavera Árabe. O verão de Tottenham, onde figuram crianças desde os sete anos, é um ataque dirigido não a um regime de tirania, mas à ordem estabelecida por uma democracia indulgente. Coloca-se apenas uma questão acerca dos campos de batalha nas ruas de Londres: como é que isto aconteceu? Entre as várias respostas óbvias, uma delas é a falha da polícia. Até agora, os indícios apontam para o descrédito de uma Polícia Metropolitana (Met) à deriva, enquanto surgem dúvidas se Mark Duggan, cuja morte induziu os primeiros motins, terá disparado sobre a polícia. A falta de cooperação por parte da família de Duggan desencadeou a crise e, a falta de agentes policiais para intervir no aumento de pilhagens, levou ao colapso da ordem, o que sugere a ausência total de leis de um estado em fracasso.
O segundo alegado culpado é a etnia. Mas, tal como David Lammy, deputado de Tottenham disse, estes não são motins raciais. As revoltas nos anos 80, em Broadwater Farm, assim como em Toxteth e Brixton, foram, em parte, produto de um racismo contagiante, que atualmente não se presencia na cidade de Tottenham, onde mercearias chinesas, lojas turcas e cabeleireiros africanos se situam uns ao lado dos outros.
Logo, culpem o desemprego e os cortes. É verdade que Tottenham está entre os bairros mais pobres de Londres, com 10 mil pessoas a reivindicar subsídios de desemprego e 54 candidatos a concorrer à mesma vaga de emprego.
Noutros bairros afetados, como Hackney, as associações de jovens estão a fechar. É fácil sugerir que estes encerramentos desprovidos de lógica, que levaram à destruição de casas e estabelecimentos comerciais, foram feitos para satisfazer os pedidos de torneios de ping pong e de parques de skate.
As verdadeiras causas são mais insidiosas. O facto da maior onda de violência, alguma vez presenciada por Londres nas últimas décadas, ter ocorrido sobre um cenário de economia global prestes a fracassar, não é coincidência. As causas de recessão estabelecidas por J. K. Galbraith no seu livro, The Great Crash 1929, foram as seguintes: má repartição de rendimentos, um setor de negócios comprometido num “roubo corporativo”, uma fraca estrutura bancária e o desequilíbrio na exportação/importação.
Todos estes fatores estão novamente em jogo. Na bolha dos anos 20, 5% dos assalariados com maior rendimento arrecadava um terço dos rendimentos pessoais. Hoje em dia, o Reino Unido tem mais desigualdades, em termos de salários, riqueza e oportunidades de vida, do que alguma vez teve. Apenas no último ano, a junção das fortunas das mil pessoas mais ricas do Reino Unido aumentou 30% para 333.5 mil milhões de libras [383.2 mil milhões de euros].
Os líderes europeus, incluindo o primeiro-ministro e o chanceler, estavam de férias, enquanto Londres estava em chamas. Embora o epicentro da crise económica iminente seja a Zona Euro, os sucessivos governos britânicos foram coniventes ao incubar a pobreza, a desigualdade e a falta de humanidade agora exacerbada pela agitação financeira. A falta de crescimento do Reino Unido não é um ponto de debate económico ou um motivo para criticar o ministro das Finanças George Osborne, da mesma forma que a mão-de-obra não especializada, desmotivada e com falta de formação, não passa de uma mancha no balanço anual nacional. Observem a multidão juvenil a destruir as ruas da cidade e chorem pelo nosso futuro. A “geração perdida” reúne-se para a guerra.
Os motins de Londres não condensam os problemas da Grécia ou de Espanha, onde as classes médias atacam violentamente o dia do Juízo Final. São prova de que uma secção de jovens britânicos – assassinos, atiradores, saqueadores, oportunistas e os seus cúmplices amedrontados – caiu do topo de um precipício de uma nação em desmoronamento.
O declínio dos mercados anda de mãos dadas com os atos de destruição praticados pelo Homem. Entretanto, a perceção de que a democracia social, com as suas redes de segurança, os seus custos educacionais e a assistência de saúde generalizada está a ganhar terreno, é algo insustentável nos tempos difíceis que se aproximam. Na verdade, só existe uma solução. Após a Grande Depressão de 1929, o Reino Unido reajustou-se, durante algum tempo.
Diminuíram as disparidades em termos de rendimento, foi criado um Estado providencial e aumentaram as competências e o crescimento. Esse modelo não pode ser repetido, nem, tal como Adam Smith referiu, uma sociedade bem organizada poderá alguma vez desenvolver-se quando um número significativo dos seus membros está na miséria e, por conseguinte, se torna uma ameaça. Esta não é uma doutrina do determinismo, a pobreza não implica necessariamente a ausência de leis. Nem, no entanto, será suficiente para alimentar o desprezo dos desordeiros como se fizessem parte de uma sociedade pária.
Os colapsos financeiros e as catástrofes humanas são cíclicos. Cada recorrência tende a ser ainda mais grave do que a anterior. Tal como Galbraith escreveu, “a memória é de longe melhor do que a lei” na proteção contra a ilusão e insanidade financeira. Em tempos de austeridade, o Reino Unido não pode se pode dar a estes luxos. A amnésia está no topo dessa longa lista.

NO TERRENO

“O preço que temos de pagar por não nos importarmos”

“O preço que temos de pagar por não nos importarmos”
Nas páginas de The Independent,Camilla Batmanghelidjh, fundadora de uma instituição de proteção a crianças, escreve que o facto de os jovens amotinados estarem a destruir e saquear as suas próprias comunidades pode significar que se sintam mais radicalmente alienados do que seria de pensar.
Como, perguntamos nós, podem estar a atacar a sua própria comunidade com tamanho desprezo? Mas os jovens poderão responder “facilmente”, porque sentem que, de facto, não pertencem à comunidade. A comunidade, dirão, não tem nada para lhes oferecer. Pelo contrário, há anos que se sentem afastados das legítimas estruturas da sociedade civil.
Muitos de nós, que há vários anos trabalhamos nas ruas de Londres, preocupamo-nos com os muitos grupos de jovens que criam as suas próprias comunidades paralelas antissociais, com regras diferentes. O individuo é o responsável pela sua própria sobrevivência porque a comunidade estabelecida não e capaz de lhe dar nada.
Os nossos líderes continuam a dizer que é vital proteger a comunidade. O problema é que o assunto azedou. A comunidade escolheu quem merece ser ajudado e quem não merece. Nesta falsa moral em que os pobres são descritos como disfuncionais, a comunidade falha. Aqui está o preço por não nos termos importado com o assunto.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Alguma coisa está fora da ordem, fora da Nova Ordem Mundial!

Quando encerra-se a Ordem Bipolar, cria-se uma expectativa de que cessarão também os conflitos locais, regionais. O mundo passaria por um momento de integração, de mundialização ou seja sofreria a intensificação do processo de Globalização.
Neste sentido, a integração econômica e cultural levariam ao "enfraquecimento" das fronteiras e do Estado, assim como das questões nacionalistas já que a Globalização abriria as portas para um "mundo sem fronteiras" . Porém o que podemos ver logo após a derrocada da URSS é uma grande onda de movimentos separatistas e étnico-nacionalistas que, em um primeiro momento. pareceu apenas um reflexo do fim dos regimes socialistas em outros países, mas, com o tempo,  se mostrou como um processo contrário à construção de uma civilização mundial.
Grupos Armados na África

A unificação mundial, que poderia ser promovida pelo capitalismo através de seu processo de Globalização não dá respostas suficientes para a resolução destas novas realidades. Se de um lado temos a integração regional, o fortalecimento de blocos econômicos e uma ordem econômica multipolar, por outro, temos movimentos que reagem a integração de seus territórios e buscam a fragmentação.

Com a Nova Ordem Mundial, há uma mudança na dinâmica dos conflitos os quais, na ordem anterior,  eram amplamente influenciados pelo contexto internacional, como o processo de descolonizações e independências e a Guerra Fria. O que vemos agora é que muitos destes conflitos se mantém e esta tendência se espalha por todas as regiões do mundo. Mesmo com a mudança da ordem bipolar para uma ordem aparentemente mais unificadora e internacionalista, estes conflitos étnicos nacionalistas, como são conhecidos atualmente, acabam contrariando esta tendência.
Intifada Palestina
Dentre as causas destacadas pela mídia internacional, encontramos como recorrente a temática religiosa, étnica, cultural. Seria então um choque das  civilizações?
Analisando a fundo os conflitos podemos perceber que suas causas vão muito além de choques culturais.
Disputas territoriais, falta de democracia e representatividade aos povos, corrupção, desrespeito aos direitos humanos, fome, miséria entre outros motivos de ordem política e econômica.
A Nova Ordem Mundial, ainda não pode resolver - se é que poderá algum dia - os problemas internos dos países do mundo. Se a tendência é a construção de uma civilização mundial, integrada, globalizada , esta ainda precisa encontrar soluções para estes conflitos, soluções estas que não podem corresponder à expectativa ou interesses de apenas alguns personagens da geopolítica mundial o que tem levado para um caminho contrário à solução mas sim a globalização do conflito, como podemos evidenciar nas tendências terrorista atuais (temas para postagens futuras). a solução também deve seguir a tendência da globalização envolvendo todos na busca por respostas e ações que realmente transforme o mundo.

Segue uma reportagem da Folha com a cronologia de um dos principais conflito atuais.


Veja cronologia do conflito entre israelenses e palestinos



O conflito israelo-palestino envolve a disputa dos dois povos pelo direito à soberania e pela posse da terra ocupada por Israel e pelos territórios palestinos.

O impasse teve início no século 19, quando judeus sionistas expressaram o desejo de criar um Estado moderno em sua terra ancestral e começaram a criar assentamentos na região, na época controlada pelo Império Otomano.

Desde então, houve muita violência e controvérsia em torno da questão, assim como vários processos de negociações de paz durante o século 20 e ainda estão em andamento.

Tanto israelenses quanto palestinos reivindicam sua parte da terra com base na história, na religião e na cultura. Os israelenses, representados pelo Estado de Israel, têm soberania sobre grande parte do território, que foi conquistado após a derrota dos árabes em duas guerras --o conflito árabe-israelense de 1948 e a Guerra dos Seis Dias, de 1967.

Os palestinos, representados pela Autoridade Nacional Palestina (ANP), querem assumir o controle de parte dos territórios e estabelecer um Estado Palestino soberano e independente.

Grande parte dos palestinos aceitam as regiões da Cisjordânia e da faixa de Gaza como território para um futuro Estado palestino. Muitos israelenses também aceitam essa solução.

Uma discussão em torno dessa solução ocorreu durante os Acordos de Oslo, assinados em setembro de 1993 entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que permitiu a formação da ANP. No entanto, Israel e ANP não chegaram a uma posição comum.

Apesar de vários outros acordos e planos de paz, como os de Camp David e das negociações do chamado Quarteto para o Oriente Médio (Estados Unidos, União Européia, Rússia e ONU), a situação ainda se vê hoje em um impasse.

Atualmente, as negociações esbarram na questão do governo palestino, que, liderado pelo movimento radical islâmico Hamas (que assim como o moderado Fatah possui braços armado e político) não reconhece o direito de existência de Israel. Após a vitória do Hamas (considerado pelos EUA e por Israel como um grupo terrorista) em 2006, a comunidade internacional iniciou um bloqueio financeiro à ANP que gera uma grave crise nos territórios palestinos.

O recente acordo entre o Hamas e o Fatah para a formação de um governo de coalizão ainda não permitiu o retorno de negociações que incluam os palestinos no processo de paz. O impasse é devido, principalmente, à resistência do Hamas em reconhecer Israel e à resistência da comunidade internacional em reconhecer a legitimidade do movimento islâmico como representante dos palestinos.

Veja a cronologia do conflito:

1917 - Declaração do Reino Unido

O Reino Unido divulga a Declaração de Balfour, que concede aos judeus direitos políticos como nação, e foi vista pelo povo judeu como uma promessa para a formação de um Estado Judeu nos territórios palestinos.

1947 - Plano de partilha da ONU

Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprova plano para partilha da Palestina, ou seja, a criação de Israel e de um Estado palestino. Até então, a região era uma colônia britânica. A partilha é rejeitada por árabes e palestinos, que prometem lutar contra a formação do Estado judaico.

1949 - Expansão das fronteiras

Em 1949 Israel vence guerra árabe-israelense e expande fronteiras. Cisjordânia e Jerusalém Oriental ficam com a Jordânia; Gaza, com o Egito.

Vários outros conflitos armados ocorreram entre o Estado de Israel e os árabes e palestinos tendo como foco Israel e seu território. No que concerne à conquista de terras, é importante destacar também a Guerra dos Seis Dias, em 1967, quando Israel conquista o deserto do Sinai, a faixa de Gaza (Egito), a Cisjordânia, Jerusalém Oriental (Jordânia) e as colinas do Golã (Síria).

Em 1982, seguindo um acordo entre Israel e o Egito alcançado três anos antes, os israelenses se retiram do Sinai.

1987 - Intifada

Entre 1987 e 1993, os palestinos empreenderam uma revolta popular contra Israel que ficou conhecida como Intifada. Marcada pelo uso de armas simples, como paus e pedras lançadas pelos palestinos contra os israelenses, a Intifada incluiu também uma série de atentados graves contra judeus.

1993 - Acordos de Oslo

Em 1993, na Noruega, Israel se compromete a devolver os territórios ocupados em 1967 em troca de um acordo de paz definitivo. Israel deixa boa parte dos centros urbanos palestinos em Gaza e Cisjordânia, dando autonomia aos palestinos, mas mantém encraves. O prazo é adiado devido a impasses sobre Jerusalém, o retorno de refugiados palestinos, os assentamentos judaicos e atentados terroristas palestinos.

1998 - Processo de paz

Após acordos de paz entre israelenses e palestinos, como o de Oslo (93) e o de Wye Plantation (98), Israel entregou porções de terra aos palestinos.

2000 - Camp David

Em julho de 2000, em Camp David (EUA), Israel ofereceu soberania aos palestinos em certas áreas de Jerusalém Oriental e a retirada de quase todas as áreas ocupadas, mas Iasser Arafat [morto 11 de novembro de 2004, após ficar internado durante 14 dias em um hospital militar na França] exigiu soberania plena nos locais sagrados de Jerusalém e a volta dos refugiados. Israel recusou.

2000 - Segunda Intifada

O segundo levante popular palestino contra Israel que teve início em setembro de 2000 ficou conhecido como segunda Intifada, e começou quando o então premiê de Israel, Ariel Sharon, visitou a Esplanada das Mesquitas, local mais sagrado de Jerusalém para palestinos e judeus (que o chamam de Monte do Templo).

2002 Muro de proteção

Israel começa a erguer uma barreira para se separar das áreas palestinas com o objetivo de impedir a entrada de terroristas. Palestinos afirmam que a construção do muro é uma anexação de território. A construção inclui série de muros de concreto, trincheiras fundas e cercas duplas equipadas com sensores eletrônicos

2002 - Quarteto

Em outubro de 2002, um enviado dos EUA apresenta pela primeira vez um esboço do plano de paz internacional elaborado pelo Quarteto [EUA, Rússia, União Européia e ONU]. O novo plano segue as linhas traçadas pelo presidente dos EUA, George W. Bush. Prevê o fim da violência, seguido por reformas políticas e nos serviços de segurança palestinos e a retirada de Israel de territórios ocupados.

Forças israelenses cercam Arafat na Muqata (QG do líder) em meio a uma ampla ofensiva lançada após uma onda de ataques terroristas em Israel. Arafat fica proibido por Israel de deixar a Muqata. Fica confinado até antes de sua morte, em novembro de 2004.

2003 - Plano de Paz Internacional

O plano é oficializado em 2003. Seu texto propõe um cessar-fogo bilateral, a retirada israelense das cidades palestinas e a criação de um Estado palestino provisório em partes da Cisjordânia e da faixa de Gaza. Em uma última fase, seria negociado o futuro de Jerusalém, os assentamentos judaicos, o destino dos refugiados palestinos e as fronteiras. Não é mencionado no texto a exigência do governo israelense de que o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Iasser Arafat, morto em 11 de novembro último, seja removido do cargo. Apenas diz que os palestinos precisam de uma liderança que atue duramente contra o terror.

2003 - Mahmoud Abbas

Em maio, assume o cargo de premiê palestino o moderado Mahmoud Abbas, indicado por Iasser Arafat após ampla pressão internacional.

Abbas renuncia cerca de quatro meses depois após divergências com Arafat em relação ao controle da segurança palestina.

2004 - Morte de Arafat

Em novembro, morre o líder da Organização pela Libertação da Palestina, Yasser Arafat.

2005 - Eleição

Em janeiro, Mahmoud Abbas vence as eleições e se torna o novo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP). Um ano depois, a frustração com seu partido, o Fatah, acusado de corrupção, colabora para a vitória do movimento rival Hamas nas eleições parlamentares palestinas, levando o islâmico Ismail Haniyeh ao posto de premiê.

A vitória do Hamas levou a comunidade internacional --liderada pelos EUA e por Israel-- a empreenderem um boicote financeiro à ANP, detonando crises internas e episódios de violência.

2005 - Plano de retirada

Lançado pelo premiê israelense, o plano unilateral de Sharon --que alega ter tomado essa iniciativa por não contar com interlocutores confiáveis no lado palestino-- visa retirar de Gaza e parte da Cisjordânia 25 assentamentos judaicos e suas forças militares. Convivem hoje no território 1,3 milhão de palestinos e cerca de 8.500 judeus. Facções contrárias à retirada adotam o discurso de não desistir de nenhum centímetro de terra.

2006 - Afastamento de Sharon

Em janeiro, o então premiê israelense Ariel Sharon sofre um derrame cerebral e entra em coma. Ele é substituído interinamente pelo atual premiê, Ehud Olmert. Em março, eleições israelenses dão a vitória ao partido Kadima (centro), de Olmert, e após formar uma coalizão o líder é confirmado no posto de premiê israelense.

2007 - Governo de coalizão palestino

Após meses de negociações, os partidos palestinos rivais Fatah (do presidente da ANP, Mahmoud Abbas) e Hamas (do premiê palestino, Ismail Haniyeh) concordam com a criação de um novo gabinete com poder compartilhado. O acordo foi fechado em Meca (Arábia Saudita) em uma reunião com Abbas, Haniyeh e o líder político do Hamas na Síria, Khaled Meshaal, no dia 8 de fevereiro.

A negociação foi marcada pela violência interna que custou a vida de dezenas de palestinos entre dezembro e fevereiro.

Apesar da comunidade internacional --incluindo Israel-- ter pressionado pela realização do acordo entre os dois movimentos, Israel não tem a intenção de tratar com o novo governo palestino.

O Hamas continua a não aceitar de forma direta ou indireta o reconhecimento de Israel, os acordos firmados e a renúncia à violência, informou um comunicado do Ministério de Relações Exteriores de Israel. Esses três pontos são as exigências da comunidade internacional para o fim do bloqueio financeiro à ANP.

Enfim ...

Galera, enfim as fotos da Uniexpo!

A Escola Milton de Tolosa, representada por alunos de seus Terceiros anos, esteve presente no evento no Colégio Salesiano São José. A exposição reuniu Universidades Públicas e Privadas do Estado de São Paulo.
Os alunos puderam conhecer os cursos de cada instituição, tirar dúvidas, participar de oficinas e de várias palestras, dentre elas, a palestra sobre o novo Vestibular da Unicamp. 

 Parabéns aos presentes no evento! 







E àqueles que não foram, aguardem teremos mais no segundo semestre!
Não percam!

domingo, 17 de abril de 2011

A NOVA (DES)ORDEM MUNDIAL.

A NOVA ORDEM MUNDIAL
JOSÉ WILLIAM VESENTINI

O que é uma ordem [geopolítica] mundial? Existe atualmente uma nova ordem ou, como sugerem alguns, uma desordem? Quais são os traços marcantes nesta nova (des)ordem internacional?
Esse tema é clássico na geografia política, na geopolítica, na ciência política e nos estudos de relações internacionais. Um dos mais importantes (pelo número de citações que recebeu e ainda recebe) teóricos a abordar esse tema foi o geógrafo e geopolítico inglês Halford J. MacKinder, que produziu várias obras sobre o assunto no final do século XIX e no início do século XX. A idéia de uma ordem mundial pressupõe logicamente um espaço mundial unificado, algo que só ocorreu a partir da expansão marítimo-comercial européia (e capitalista) dos séculos XV e XVI. Daí os autores clássicos, em especial aqueles do século XIX, terem cunhado a expressão "grande potência" ou "potência mundial", indissociavelmente ligada à idéia de ordem mundial. Esta normalmente é vista como uma situação de equilíbrio (sempre instável ou provisório) de forças entre os Estados. (Afinal é o Estado quem atua nas relações internacionais e executa tanto a diplomacia quanto a guerra).
E como esses atores privilegiados no cenário global, os Estados, são equivalentes apenas na teoria -- pois há alguns fraquíssimos, em termos de economia, de população e de poderio militar, e alguns poucos outros extremamente fortes --, o conceito de potências (médias ou regionais e principalmente grandes ou mundiais) é essencial na medida em que expressa algo que ajuda a definir ou a estabilizar a (des)ordem mundial. Como assinalaram Norberto BOBBIO e Outros (Dicionário de Política, editora Universidade de Brasília, 1986, pp.1089-1098), cada Estado possui a sua soberania ou poder supremo no interior de seu território, não estando portanto submetido a nenhuma outra autoridade supraestatal, o que em tese redundaria numa espécie de "anarquia internacional". Mas a existência das grandes potências e a própria hierarquia entre os Estados introduz um elemento estabilizador, uma "ordem" afinal, nessa situação em que não há um poder global ou universal, isto é, acima das soberanias estatais.
É exatamente essa hierarquia que vai dos "grandes Estados" -- a(s) grande(s) potência(s) -- até os "pequenos", esse sistema de países onde na prática há o exercício do poder pela diplomacia (ou, no caso extremo, pela força militar) e pelas relações cotidianas (comerciais, financeiras, culturais...), o que se convencionou denominar ordem mundial. Por esse motivo, via de regra se define uma ordem mundial pela presença de uma ou mais grandes potências mundiais: ordem monopolar, bipolar, tripolar, pentapolar, multipolar etc. Como podemos perceber, não se avança muito quando se nega a idéia de uma (nova) ordem e se enfatiza o termo desordem, pois toda ordem mundial é instável e plena de conflitos e de guerras. Estas normalmente, salvo raras exceções, são explicáveis pela lógica que preside a ordem mundial e, portanto, não a denegam. Podemos dizer, assim, que o conceito de ordem mundial não é positivista (no sentido de ordem = ausência de contestações e de conflitos) e sim, na falta de um conceito melhor, dialético (no sentido de ordem = algo sempre instável e na qual as disparidades, as tensões e os conflitos são "normais" ou inerentes).
A atual ordem internacional, nascida com a ruína da bipolaridade -- que foi o mundo da guerra fria e das duas superpotências, que existiu de 1945 até 1989-91--, ainda suscita inúmeras controvérsias e costuma ser definida ora como multipolar (por alguns, provavelmente a maioria dos especialistas), ora como monopolar (por outros) ou ainda como uni-multipolar (por Huntington). Aqueles que advogam a mono ou unipolaridade argumentam que existe uma única superpotência militar, os Estados Unidos, e que a sua hegemonia planetária é incontestável após o final da União Soviética. E aqueles que defendem a idéia de uma multipolaridade não enfatizam tanto o poderio militar e sim o econômico, que consideram como o mais importante nos dias atuais. Eles sustentam que a União Européia já é uma potência econômica tão ou até mais importante que os EUA -- e continua se expandir -- e tanto o Japão (que logo deverá superar a sua crise) quanto a China (a economia que mais cresce no mundo desde os anos 1990) também são economias importantíssimas a nível planetário. Além disso, raciocinam, a Rússia ainda é uma superpotência militar, apesar de sua economia fragilizada; a China vem modernizando rapidamente o seu poderio militar; e as forças armadas da Europa, em especial as da Alemanha, França, Itália e Reino Unido, tendem a se unificar com o desenrolar da integração continental.
Até mesmo os momentos de crise (Guerra do Golfo, em 1991, conflitos na Bósnia e no Kosovo, em 1993 e 1999, a luta contra o terrorismo, em 2001, e a ocupação do Iraque, em 2003) são vistos sob diferentes perpectivas por ambos os lados. Os que insistem na monopolaridade pensam que essas crises exemplificam a hegemonia absoluta e sem concorrentes dos Estados Unidos, enquando que os que advogam a multipolaridade explicam que essa superpotência em todos esses momentos críticos necessitou do imprescindível apoio da Europa, em primeiro lugar, e até mesmo da ONU, além de ter feito inúmeras concessões à Rússia e à China em troca do seu suporte direto ou indireto nesses bombardeios contra o Iraque, contra a Sérvia e contra o Afeganistão.
Mas, independentemente do fato de ser uni ou multipolar -- ou talvez uni-multipolar, uma fórmula conciliatória que admite uma monopolaridade militar (mesmo que provisória) e uma multipolaridade econômica --, a nova ordem mundial possui outros importantes traços característicos: o avançar da Terceira Revolução Industrial, ou revolução técnico-científica, e de uma globalização capitalista junto com uma nova regionalização que lhe é complementar, isto é, a formação de "blocos" ou mercados regionais. A revolução técnico-científica redefine o mercado de trabalho (esvaziando os setores secundário e primário e ao mesmo tempo exigindo cada vez mais uma mão-de-obra qualificada e flexível) e reorganiza ou (re)produz o espaço geográfico (com novos fatores sendo determinante para a alocação de indústrias: não mais matérias primas e sim telecomunicações e/ou força de trabalho qualificada, dentre outros). Ela é condição indispensável para a globalização na medida em que esta não existe sem as novas tecnologias de informática e de telecomunicações. Ela influi até mesmo na guerra, pois permite a construção de armas "inteligentes", que destroem alvos específicos sem ocasionar matanças indiscriminadas (e são mais precisas que as armas de destruição em massa, o que significa que não é mais necessário o transporte de grande quantidade delas) e torna as informações algo estratégico para a supremacia militar. Esta última deixa de ser ligada ao tamanho da população ou mesmo à quantidade de soldados (existe uma tendência no sentido de haver menos militares, só que com maior qualificação) e passa a depender da economia moderna, da tecnologia avançada.


PARA SABER MAIS: Como sugestões de leituras sobre o tema, indicamos os seguintes livros bastante acessíveis (e que contêm no final uma vasta bibliografia):
- Ascenção e queda das grandes potências, de Paul Kennedy (editora Campus, 1989). Um exaustivo estudo sobre as "grandes potências mundiais" desde o século XVI até o final dos anos 1980. Ele procura mostrar como era a ordem mundial em cada período e dá uma ênfase especial à ordem bipolar de 1945 até 1989-91.
A nova ordem mundial, de José William Vesentini (editora Ática, 1996). Um sucinto texto paradidático sobre as razões da crise da bipolaridade e as características da nova ordem mundial dos anos 1990 e do início do século XXI.
Novas geopolíticas, de José William Vesentini (editora Contexto, 2000). Uma análise crítica sobre as principais representações geopolíticas sobre o mundo pós-guerra fria: o conflito de civilizações, a universalização da democracia liberal, a nova geoestratégia, o mundo visto como caos ou desordem, etc. 
Nova Ordem, Imperialismo e Geopolítica global, de José William Vesentini (editora Papirus, 2003). Um estudo sobre a pertinência (ou não) das categorias imperialismo e império para a ordem internacional do início do século XXI, com novas reflexões sobre as desigualdades internacionais e sobre a uni-multipolaridade das relações de poder no espaço mundial.




quinta-feira, 14 de abril de 2011

Atendendo à pedidos, está disponível nossa prova dissertativa

1)



“A Guerra Fria se manifestou em todos os setores da vida e da cultura, representando a oposição entre dois ideais de felicidade: o ideal socialista e o ideal capitalista.” (TV Cultura: Alô Escola).”
Como Base na charge e no trecho acima, caracterize o período da Guerra Fria.



2) Proposta de Divisão do Espaço Mundial
                     
       

A) Explique qual o critério principal que orientou a demarcação dos dois blocos.

B) Caracterize os dois blocos de países de acordo com a divisão proposta

C) Qual a crítica feita pela charge e por que essa situação ainda se mantém na atualidade?





3)Com base na imagem ao lado explique a Divisão Internacional do Trabalho e suas mudanças a partir da 2ª Guerra Mundial.





sexta-feira, 8 de abril de 2011

Divisão internacional do Trabalho (DIT) e Nova DIT.

 
Fonte: Geografia Ensino Médio, João Carlos Moreira e Eustáquio da Sene. 
      Editora Scipione.

Países subdesenvolvidos Características e tentativas de soluções (pelo professor Cláudio Mendonça)

Países subdesenvolvidos
Características e tentativas de soluções
Cláudio Mendonça*

Crescimento econômico e desenvolvimento não são conceitos sinônimos. O crescimento econômico pode ocorrer numa fase em que o mercado está em expansão, o que favorece o aumento da produção: mais gente comprando, as empresas produzem mais.

Mas esse aumento da produção pode não vir acompanhado do desenvolvimento de novas tecnologias para o processo produtivo, nem acarretar melhorias sociais. O único efeito social direto do crescimento é a oferta maior de empregos.

O desenvolvimento tem um sentido mais amplo, envolvendo questões econômicas (aumento da produção, modernização tecnológica etc.) e sociais (melhora da qualidade de vida da população).

De maneira geral, o mundo subdesenvolvido é dependente do mundo desenvolvido. Essa dependência se manifesta pela necessidade de atrair capital externo, dinheiro de empresas multinacionais para fazer investimentos produtivos e em infra-estrutura.

Infra-estrutura
Infra-estrutura é a parte (a maior parte das vezes invisível) de uma cidade ou outra organização humana, sem a qual nada funciona. Rede de esgotos, abastecimento de água, energia elétrica, coleta de águas pluviais, rede telefônica, gás canalizado, sistema médico-hospitalar, escolas - tudo isso se encaixa nessa definição.

Nos países subdesenvolvidos, mesmo com investimentos vindos de fora, a infra-estrutura destinada ao atendimento da população é insuficiente. Isso resulta em graves problemas sociais.

Um dos efeitos de captar esse tipo de investimento é a dependência tecnológica. Quando a tecnologia é toda importada, e não há verbas para pesquisa, não se consegue desenvolver uma tecnologia nacional. Sem falar no pagamento de royalties, os direitos de patente ou de uso que se paga aos donos dessa tecnologia.

Outra característica dos países subdesenvolvidos é a grande desigualdade social, entre os mais ricos e os mais pobres. Educação e saúde são de difícil acesso para a população de baixa renda.

Os pobres dessas sociedades têm menos chance de melhorar sua condição social que os pobres dos países desenvolvidos.

Teoria da dependência
Várias foram as teorias que tentaram explicar e propor soluções para o subdesenvolvimento. A mais destacada foi a teoria da dependência. Ela explicava o subdesenvolvimento pelas relações comerciais desfavoráveis no mercado internacional.

Nesse quadro, os países desenvolvidos, industrializados, vendem suas mercadorias a preços elevados para os subdesenvolvidos e compram matérias-primas e outras mercadorias agrícolas destes últimos a preços baixos.

Multinacionais
Os adeptos da teoria da dependência acreditavam que a dominação do mercado mundial por grandes empresas multinacionais dos países desenvolvidos impedia qualquer tentativa de superar o subdesenvolvimento. Para eles, a economia dos países subdesenvolvidos privilegiava o mercado externo, com prejuízo do interno.

Esses teóricos apresentaram soluções diferentes para o problema. Uns propunham que o empresariado nacional promovesse o desenvolvimento interno com o apoio do Estado e com estabelecimento de fortes barreiras à importação dos produtos industrializados dos países ricos.

Outros argumentavam que a burguesia nacional era incapaz de assumir essa missão, já que os interesses eram os mesmos dos países ricos, com os quais ela mantinha fortes laços econômicos.

Brasil e capital estrangeiro
Na América Latina, essa teoria teve peso e influiu no pensamento econômico e na política adotada. Nos países que conquistaram rápido crescimento industrial, como o Brasil, o México e a Argentina, o modelo adotado a partir da década de 1950 foi o de proteger os mercados internos da concorrência estrangeira e desenvolver a produção industrial interna.

Nesse modelo, o Estado, o capital nacional e o capital estrangeiro deveriam contribuir conjuntamente para o desenvolvimento. A superação do atraso econômico implicava produzir internamente os produtos importados que pesavam muito na balança comercial.

O Brasil foi um exemplo dessa estratégia, atraindo capital estrangeiro, com tratamento especial aos de alta tecnologia da época (automóveis, eletrônicos, químicos, farmacêuticos e outros), que a empresa nacional não era capaz de atingir em pouco tempo.

A visão socialista
Outras teorias foram elaboradas para superar a dependência e conquistar o desenvolvimento. A mais radical propunha revoluções políticas e sociais. Seria o jeito de colocar um fim no poder das classes sociais dominantes, apontadas como responsáveis pelo atraso econômico e pelos graves problemas sociais.

Os socialistas acreditam que a conquista do desenvolvimento só é possível pela construção de uma sociedade mais igualitária. Eles contestam a idéia de que a superação do subdesenvolvimento está em aproximar-se dos avanços atingidos pelos países do Norte. Estes são capitalistas, alegam.

São contra os padrões de consumo estimulados por esse sistema, alicerçado na desigualdade social. Fazem coro com os ambientalistas e afirmam que se a maioria dos países atingir o mesmo padrão de consumo das sociedades desenvolvidas, não haverá recursos naturais e energia suficientes para atender à produção. Os problemas ambientais tornariam insustentável a vida no planeta em pouco tempo.

O Consenso de Washington
Na esteira do neoliberalismo, em 1989, economista John Williamson fez uma proposta para resolver a crise dos países pobres e propor caminhos para o desenvolvimento. Visou em especial a América Latina.

Para isso, reuniu o pensamento do Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial (Bird), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). São grandes instituições financeiras transnacionais.

Também incluiu as idéias do governo norte-americano para essas questões. Entre essas organizações havia "consenso" (concordância) sobre alguns pontos principais.

Os pontos principais
De acordo com o Consenso de Washington, os países deveriam promover uma reforma fiscal, a abertura comercial com a liberalização das exportações e importações.

Deveriam realizar cortes de salários e demissão de funcionários públicos, mudanças na previdência social, nas leis trabalhistas e no sistema de aposentadoria, com o objetivo de diminuir a dívida pública.

O Consenso de Washington propunha, também, a abertura comercial, o aumento de facilidades para a entrada e saída de capitais estrangeiros e a privatização de empresas estatais.

Como resultados destas políticas econômicas, da forma como foram aplicadas, são apontados a desnacionalização da economia, o desemprego, o achatamento salarial e a concentração de renda.

*Cláudio Mendonça é professor do Colégio Stockler e autor, para o ensino médio, de "Geografia geral e do Brasil" e "Território e sociedade no mundo globalizado".

domingo, 27 de março de 2011

Conflito: NORTE X SUL


Radiohead - All I Need.

Guerra Fria!

 TV Cultura Alô Escola Guerra Fria

Excelente trabalho da TV Cultura, onde são expostos os principais temas de um dos períodos mais  tensos da história da humanidade, a Guerra Fria.
Para aqueles que querem relembrar o momento anterior à Guerra Fria, a 2ª Guerra Mundial, segue abaixo mais um link da TV Cultura.

TV Cultura Alô Escola 2ª G.M.

Conceitos Básicos de Geografia

O Prof. Dr. José William Vesentini, professor da USP, explica alguns conceitos básicos de Geografia.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Iniciando !

Fala Galera !
Enfim vamos dar início a nossa grande experiência de aprendizagem.
Conto com a colaboração de TODOS para a construção deste Blog, que visa aprofundar o conhecimento trabalhado em sala de aula.
Para esclarecer, Pangea é a soma de duas palavras de origem grega: Pan que significa todo e Gea que significa terra. Este termo é utilizado, na Geologia e na Geografia, para designar um super continente formado a mais de 295 000 000 de anos aproximadamente do qual foram se separando todos os continentes até atingirem seu formato atual.
Para o nosso Blog PanGea vem nos servir como o território de universalização de todos os nossos conhecimentos, adquiridos dentro e fora da Escola, além de ser mais um ponto de encontro para nossas discussões.
Sejam Todos Bem Vindos !